Boas Vindas !

Há alguns anos venho percorrendo, de moto, alguns caminhos. Em especial em nossa Linda América. Aqui tenho pequenos relatos, fragmentos destes passeios. Eles foram feitos com o intuito de preservar um pouco do que eu vi. Um pouco do que eu vivi.

Agora, com poucos cliques, revejo caminhos... Selvas, desertos, gêiseres, caminhos patagônicos, geleiras, lagos, canyons, entranhas da terra... relembro de ares gelados de madrugadas altiplânicas...

De tudo o mais importante: revejo olhares e relembro atitudes de gentes que serão para sempre parte de minha vida. Ao viajante que passar por aqui espero que goste.

quarta-feira, 7 de março de 2012

CHILE. ARGENTINA. ENTRE A CARRETERA AUSTRAL, PERITO MORENO, LAGO BUENOS AIRES. AL SUR DEL SUR - Dias 02 a 04.2012



“Os devotos do divino vão abrir sua morada,
Pra bandeira do menino ser bem-vinda, ser louvada,
Deus vos salve, esse devoto pela esmola em vosso nome
Dando água a quem tem sede dando pão a quem tem fome
A bandeira acredita que a semente seja tanta
Que esta mesa seja farta que essa casa seja santa...”
A belíssima música do Ivan Lins, cujo conteúdo em princípio não tem correlação íntima com o tema do post, a cito por lembrar que, quando muito jovem na Santiago (dos poetas), cidade da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, minha terra natal, era comum, em determinada época do ano (que não recordo agora) o fato pessoas religiosas, portando uma bandeira vermelha, com o desenho de uma pomba branca (que representava o espírito santo), visitassem casa por casa. A minha casa era uma das eleitas. Era, creio, um cerimônia religiosa. Quem souber mais sobre o assunto, por favor, me esclareça.
Mas, então, o que tem a ver a música com o tema do post ? Além da compreensível saudade e reminiscências da minha infância, o fato de que vejo a “bandeira do divino”, nesta viagem, como se fosse a minha moto, “a Ruivinha”. Ela, a bandeira, digo, a moto, não está entrando de casa em casa. Mas sim de “estación de servicio” em “estación de servicio”.
Se no Chile, no momento, está impossível pilotar em razão dos protestos na região de Aysen e Austral (ontem, dia 06.03 fez um mês do começo dos protestos), na Argentina, por sua vez, a questão, como frisado em post anterior, é a falta de combustível.
Para evitar surpresas desagradáveis, quando vejo que há gasolina vou abastecendo. Independentemente de a moto estar ou não necessitando.
A propósito só consigo escrever esta página porque tive de sair da RUTA 40 e andar uns 22 km pela Ruta Provincial 37, em razão de uma placa que sinalizava hospedagem, internet e gasolina de emergência. Em Bajo Caracoles, o último pueblo que passei, não havia nafta. E eu não teria para chegar até El Calafate e, diante das circunstâncias, não posso me fiar no caminho.
Dias 02 a 04.03.
Dias de encontro. Encontro de motociclistas, “por supuesto”.
Saí de Chaitén, como frisei no post anterior (dia 01.03).
Objetivo: fugir da falta de combustível no Chile, bem como dos incômodos das barreiras nas entradas e saídas das cidades na região de Aysen e Austral, e ver a final de um campeonato de rafting e canoagem (este último um dos esportes que pratico), em Futaleufu e baixar a Ushuaia pela RUTA 40.
O tempo chuvoso (já estou meio enjoado de tanta chuva) fez com que seguisse adiante. Segui em direção a Esquel.
Em Esquel encontro (aliás me encontram) dois motociclistas de Buenos Aires, Fredi e Walter. Conversamos e constatamos que temos amigos em comum. Em especial falamos de Verônica Guardia, José Josper e Midori Arai. Estes últimos os conheci viajando pelo interior da Bolívia. A existência de amigos comuns, de imediato, nos faz amigos. Sou convidado para ficar no mesmo residencial em que eles se encontram o que faz com que minha despesa de hotel caia pela metade. O Sr. Frédi é o nosso cozinheiro e nos brinda com uma excelente janta. Meu “pedágio” pelo convite é uma garrafa de vinho. No dia seguinte eles rumam para casa, Buenos Aires, e eu continuo descendo ao sul do sul.
Os dias 03 e 04 são dias de novos encontros.
Passando por Tecka, sigo pela RUTA 40 em direção a Gobernador Costa, Alto Rio Senger, Rio Mayo até chegar em Perito Moreno. Encontro na “estación de servicio” da Petrobrás, o simpático casal, Sr. Julio e Sra. Anita, residentes nesta cidade.
Chegaram a poucos dias do Brasil me afirmam.
Estou almoçando e, após as apresentações de estilo (de onde vem, para onde vais? trocas de adesivos), eles que se dirigem a Los Antiguos, me convidam para tomar uns “matecitos” na bela costaneira do Lago Buenos Aires (lago que, no lado chileno, assume o nome de Lago General Carrera), e que começa neste pequeno “pueblo” (a uns 70 km de onde estamos).
Após ter me compromissado com o “matecito”, e antes de seguir para Los Antiguos (cidade vizinha a Chile Chico (no Chile) logo que o casal sai, chega outro motociclista viajante em um pequena moto, uma Euromot, 200cc, moto chinesa, no caso o José Cano. Um francês de Marselha, residente no Bairro De L’estaque, está viajando pela nossa América desde o dia 12 de fevereiro. Uma vez que ele está “meio” desorientado (não sabe bem para onde vai) e com problemas na moto - o que para ele, como pude constatar depois, não é problema, uma vez que ele tem conhecimentos de mecânica e tem “outra”moto em peças de reposição - o convido para irmos juntos ao local que combinara com o Sr. Julio e a Sra. Anita. A costaneira do Lago Bs.As., em Los Antiguos, fronteira com Chile Chico, no Chile.
Neste local tivemos bons momentos de “prosa”, tendo como pano de fundo o belo visual do lago destacado.





















4 comentários:

  1. Fala irmão!!vc realmente e um guerreiro abrçs BIP!BIP!!!

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  2. Hermanito Gilson!!!
    Acelera maninho, estamos viajando muito por aqui nas fotos... Que por vista são lindas.
    Parabéns.

    Abraço

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  3. Gilson: Tenho feito comentários nos Post anteriores que não estão aparecendo - OK ?

    A citação no início do seu Post é realmente acerca da Festa do Divino, por sinal, muito marcante aqui em Santo Amaro da Imperatriz. Mas o forte mesmo é no interior de MG.

    Estou curioso porque não saiste diretamente de Coyaque em direção a Rio Mayo/Comodoro Rivadávia. Se entendi corretamente retornaste via Fultalefú - é isso ?

    A citação a Los Antiquos me remete ao "maestro" que me ajudou nessa mesma Ruta 40 em 2003.

    Enfim: belas imagens e como sempre belo relato.

    Siga com Deus, sempre tomando o devido cuidado !

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  4. Ola hermanito!

    Muito mais que deliciosa nossa viagem!!
    Apesar dos acontecimentos no Chile, que impossibilitaram percorrer a parte chilena da carretera, fico muito satisfeito em ver o hemano, mais feliz que pinto em lixo, concretizando seus(nossos) planos de viagem.
    E toca o pau, que ainda falta um pouco de chão até o fim do mundo!!!

    Um enorme aBRaço do tamanho do Rio Grande!
    Junior Dourado Brazil Riders

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