Boas Vindas !

Há alguns anos venho percorrendo, de moto, alguns caminhos. Em especial em nossa Linda América. Aqui tenho pequenos relatos, fragmentos destes passeios. Eles foram feitos com o intuito de preservar um pouco do que eu vi. Um pouco do que eu vivi.

Agora, com poucos cliques, revejo caminhos... Selvas, desertos, gêiseres, caminhos patagônicos, geleiras, lagos, canyons, entranhas da terra... relembro de ares gelados de madrugadas altiplânicas...

De tudo o mais importante: revejo olhares e relembro atitudes de gentes que serão para sempre parte de minha vida. Ao viajante que passar por aqui espero que goste.

domingo, 20 de novembro de 2011

BOLIVIA, UYUNI, SALAR, FIESTA DE LA VIRGEN DE URKUPIÑA, EL CAMINO DE LA MUERTE, INTEROCEÂNICA SUR (retorno ao Brasil pelo Acre).


Em 2010, desta vez durante os meses de agosto e setembro, retomei minhas "aventuras" pela América. Tenho um propósito. Em princípio, enquanto "jovem" (ainda que o espelho, com razão, teime em me desmentir, me considero assim), quero conhecer o máximo de nossas terras americanas.
Desta vez sai de Santo Ângelo com a ideia principal de conhecer o famoso SALAR DE UYUNI, maior planície de sal da terra, área de 12.000km2, a 3.600m de altitude e, também, de pilotar pela não menos famosa ESTRADA DA MORTE, caminho entre La Paz e Coroico, ambos na Bolívia. Mas antes de chegar a tais locais tinha o que de melhor ocorre nas viagens, “o caminho” propriamente dito. E o caminho implicou em tomar uns vinhos em Mendoza (oeste argentino), visitar algumas das casas de Pablo Neruda, em Santiago e em Viña del Mar, no Chile, dar uma olhada no pacífico, subir para tentar, pela terceira vez, visitar Chuquicamata (a maior mina de cobre a céu aberto do mundo), em Calama-CH, la tierra del sol y cobre.
Desta vez, finalmente, com o auxílio de pessoas que trabalham na recepção de turismo da mina, consegui visitá-la.
Muitas vezes tenho dificuldades nas visitações pretendidas, uma vez que quase tudo o que "programo" é no improviso. A verdade é que raramente tenho uma programação. Então é recorrente o fato de passar por alguns lugares e não ter mais vagas nos locais de visitação pretendidos. Como sempre penso que um dia vou retornar não esquento muito com isto. Ademais, os locais de atração são infindáveis. Se não é possível visitar um local vou a outro.
Antes e pelo caminho, ainda no Chile, após Viña Del Mar, Valparaíso, e subindo por La Serena cheguei em Copiapó. Local onde, na época, estavam ainda soterrados os trinta e três mineiros na Mina San José. O dia em que cheguei em Copiapó foi um dia abençoado. Neste dia o grupo internacional formado para resgatar os mineiros conseguiu contatá-los. A sonda de perfuração, após algumas tentativas frustradas, os localizou, desceu até onde eles se encontravam soterrados e conseguiu contatá-los. Nesta oportunidade eles enviaram, pela sonda, o bilhete que ficou internacionalmente famoso e no qual afirmavam, "estamos bien, en el refugio, los treinta y tres . Para sempre lembrarei este dia. O compartilhei junto de amigos chilenos e acompanhei a emocionante comemoração onde, nas carreatas que fizeram, eram constantes os gritos: "Chi, Chi, Chi, le, le, le, Viva los mineros de Chile". Não creio que eles manifestarão tanta alegria em uma comemoração de um campeonato de copa do mundo, como eles a evidenciaram, por justa razão, neste dia.
Depois deste belo e feliz momento, passa­ndo por Taltal, Antofogasta e o Tropico de Capricórnio, me fui em direção a Calama onde, como frisei, após visitar Chuquicamata segui em direção a fronteira com a Bolívia.
Com o foco num dos objetivos da viagem, em terras bolivianas, no caso o Salar de Uyuni, a passada por Calama foi rapida (Calama realmente não tem grandes atrativos), Passando por Chiu Chiu, pelos Salares de Ascotán e de Cárcote cheguei em Ollague que foi o último pueblo chileno no qual estive antes de entrar na Bolívia. Em Ollague fiz aduana que está semi-integrada. No lado direito de quem vai fica a aduana chilena. Lado esquerdo, cruzando os trilhos de trem, está a aduana e imigração boliviana.
Após os trâmites de estilo, adentrei na Bolívia por Estación Abaroa. Me fui em direção a Chiguana, Julaca, Rio Grande, Vila Alota para, finalmente, chegar a cidade de Uyuni. De Uyuni partem a maioria dos passeios para conhecer o seu famoso salar. Local fantástico. Vale revisitas. Dentro do salar, outro local de visitação imperdível e que faz parte de todos os pacotes turísticos, é a Isla Incahuasi ou Isla Pescado. É chamada assim porque tem a forma de um peixe. Mas ela é famosa pelos seus cactus gigantes com mais de novecentos anos. Ainda no salar visitei Coqueza. Coqueza é um pequeno paraíso onde a companhia dos humanos fica limitada a flamingos e llamas. Um local para descansar.
Do salar retornei a cidade de Uyuni a qual encontrei em grande festa. Fui "presenteado" com a festa para a "Virgen de Urkupiña", a padroeira local. A festa é para a virgem mas quem se diverte são os (in)fiéis. Uma bela festa popular com direito a desfiles, belas moças e muita fantasia. Algo parecido com o carnaval de algumas cidades do interior de nosso país. (oportunamente sigo com os relatos e posto mais algumas fotos).