Boas Vindas !

Há alguns anos venho percorrendo, de moto, alguns caminhos. Em especial em nossa Linda América. Aqui tenho pequenos relatos, fragmentos destes passeios. Eles foram feitos com o intuito de preservar um pouco do que eu vi. Um pouco do que eu vivi.

Agora, com poucos cliques, revejo caminhos... Selvas, desertos, gêiseres, caminhos patagônicos, geleiras, lagos, canyons, entranhas da terra... relembro de ares gelados de madrugadas altiplânicas...

De tudo o mais importante: revejo olhares e relembro atitudes de gentes que serão para sempre parte de minha vida. Ao viajante que passar por aqui espero que goste.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

DIRECCIÓN SUR - DIA 22.12.2011 - POZO DEL MOLLE/GRAL.ACHA

“Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay”. Lembro a afirmativa do genial Cervantes, no decorrer do caminho de hoje, dia 22 de dezembro de 2011. Um trecho monótono, de pouco mais de 700 Km, entre Pozo del Molle e Gral. Acha.
Diante da lembrança, optei por apostar na dúvida e fazer minhas homenagens ao "além". No caso homenagem ao famoso “Gauchito Gil” e a não menos famosa, “Difunta Correa”.
Confesso que ainda não peguei ritmo de viagem (nesta viagem).
Ocorre que, de regra, procuro sair cedo das cidades onde me encontro para que, ao começar o entardecer, já possa, o mais cedo possível, ir buscando um hotel para descansar.
E sendo assim, pouco me importa se o destino ideado para o dia foi, ou não, atingido. A verdade é que não estou preocupado com isto (o sair cedo uma vez que o pilotar a noite definitivamente está fora de meus planos).
Assim que sai “ao raiar da madrugada” das 10h de Pozo del Molle, Província de Córdoba. Paguei míseros 140,00 pesos por um Hotel que valeria muito mais (Complejo Hotel del Centro), e enfrentei o caminho. (digo enfrentar porque o caminho é monótono) Inicialmente caminho truncado. Neste trajeto passo por Villa Maria e Rio Cuarto. Há, entre estas cidades (200Km) uma sucessão de pequenas cidades, pueblos, semáfaros. A viagem não flui. Ao chegar em Rio Cuarto deveria fazer a “circunvalación” (passar por fora). Acabei entrando na cidade o que me causou um pequeno atraso. Não tem problema uma vez que “no tengo prisa. No he dejado la leche en el fuego”, como ouvi alguns anos atrás no trem que me levava a Machu Picchu por uma senhora residente em Salta, ao comentar a demora do trem em chegar em Aguas Calientes (quatro horas de zigue-zague).
Depois de Rio Cuarto, uma vez que decidi ir em direção a Neuquén, me dirijo para Huinca Renancó e Santa Rosa. E a viagem passa a fluir. É que as retas ressurgem. Acabam as sucessões de pueblos e semáfaros. Praticamente 400 Km de retas de Rio Cuarto até Santa Rosa. De Santa Rosa até Gral. Acha faço mais 117 Km de caminhos igualmente de retas. O dia termina com um pouco mais de 700 Km percorridos.
A questão do “no creo en brujas, pero que las hay, las hay, tem mais a ver com o visto pelo caminho. Como sabem os que costumam trafegar em estradas argentinas, é recorrente as homenagens (santuários) ao “Gauchito Antonio Gil” e a Difunta Correa, reconhecidos e homenageados como santos sem reconhecimento oficial. O “ibope” do Gauchito Gil parece bem superior ao da “Difunta Correa. No entanto, nestes caminhos ora percorridos, aparece a devoção a “Difunta” com destaque. (Segue, no entanto, a devoção ao “santo popular”, el Gauchito Gil, com um número bem maior de santuários pelo caminho). 
A propósito, em síntese, a história/lenda da defunta (vejam as fotos dos santuários postadas), indica que ela teria, por amor, e por ser fiel ao seu marido e não aceitar a corte de um chefe militar por volta das décadas de 1840/50, em época de guerra civil argentina, fugido com seu filho e morrido de sede. Ao morrer pediu a Deus pela vida de seu filho. Foi encontrada três dias após a sua morte, período em que, no entanto, o cadáver teria permanecido amamentando o filho. Macabro, incrível? Sim! Digno de crédito ??? Sim e não. Depende do quanto de fé tem o pagão. Encontrada e constatado o fato (??) é tida como uma das santas populares mais famosas da argentina, a exemplo do “Gauchito Antonio Gil”. Assim que, na dúvida, os homenageei, ao pensar nestas figuras no momento em que passava pelos vários santuários existentes pelo caminho. Anoto, ainda que despiciendo, que as oferendas feitas a “difunta” são vasilhames contendo água. Aproveitei, já que estava com sede, numa das paradas, e num destes santuários para beber um pouco de uma água geladinha que foi deixada para a “Difunta” que não reclamou nada. (e nem quero ouvir reclamações ... tão cedo). Brincadeiras a parte, para quem tiver interesse pelas histórias, registro que há uma série de sítios na web, entre estes, anoto os links abaixo.
Desde Pozo del Molle, Província de Córdoba, até o fim do dia, em Gral. Acha, em La Pampa, percorri aproximadamente 700 Km. Até este trecho não observei problemas de abastecimento. Anoto, entretanto, que há relatos para frente (em direção a Província de Rio Negro, Cipolletti, Neuquén), onde pretendo estar amanhã, bem como em outras Províncias (caso de amigos motociclistas que tem passado recentemente em terras argentinas) que são recorrentes os problemas de abastecimento. Em especial em cidades pequenas. Diante deste fato, tenho “tanqueado” com uma margem de segurança maior.
PS1.A propósito, os preços da nafta oscilam entre 5,00 e 6,00 e algo de pesos, por litro.
PS2.Valeu a reclamação quanto ao calor. Depois da chuva de ontem a noite (pouca é verdade, mas que causaram alguns estragos em algumas cidades) o dia amanheceu quase perfeito para viajar. O "quase" fica por conta de alguns ventos laterais.



























8 comentários:

  1. Adelante hermano.....mucha fe nel gauchito !
    Suerte.

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  2. Hermanito Girso!

    Que o amigo faça uma excelente viagem... aproveite e retrate bem essa linda região.

    Forte abraço!

    Spidi

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  3. Maravilha hermanito, siga adelante.
    Estamos acompanhando. Beleza de viagem

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  4. Gilson, a inveja não é de Deus, mas ........ otima viagem para ti, e vai colocando as fotinhas no blog. abraços Xispa.

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  5. É isso ai mano Gilson...
    estamos aqui indo de carona em sua viagem... Siga com Deus meu irmão...
    Abração
    Lovatel

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  6. Grande Mano Gilson, saudações Maxi. Belos relatos e fotos. Não nos deixem muito tempo sem notícias... agora é minha vez hehehehe Suerte.

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  7. "o poncho emponcha lonjuras batendo água..."
    Ademir

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  8. Gilson, meu irmão!! Que maravilha de blog!! Estarei acompanhando suas aventuras daqui de manaus
    enorme abraço fraternal
    Lúcio

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